O Governo do Estado anunciou, na manhã de ontem (21), que o Ibama liberou a licença de operação para a perfuração de um poço exploratório no bloco FZA-M-059, localizado em águas profundas do Amapá, a 500 km da foz do rio Amazonas e a 175 km da costa, na Margem Equatorial brasileira.

A sonda se encontra na locação do poço e a perfuração está prevista para ser iniciada imediatamente. Por meio desta pesquisa exploratória, a companhia busca obter mais informações geológicas e avaliar se há petróleo e gás na área em escala econômica.

A presidenta da Petrobras, Magda Chambriard, ligou para o governador Clécio Luís para informar que havia tido a liberação da licença operacional para pesquisa. Assim, espera-se comprovar a existência de petróleo na porção brasileira dessa nova fronteira energética mundial. Entre as outras batalhas pela frente está a implantação da base industrial do petróleo no Amapá ao invés ser na Região Sudeste ou no Pará. 

Hoje começa a perfuração para a pesquisa. Primeiro com uso de jatos d'água de alta potência que perfuram o tecido de menos rigor. Depois é utilizado brocas diferentes, de acordo com o tipo de rocha. Ao mesmo tempo que a broca vai perfurando, são fincadas tubulações de aço encamisando essa perfuração para que não haja nenhum tipo de acidente.

A perfuração deve alcançar entre 1.500 a 5.000 metros de profundidade para encontrar petróleo. Há previsão de que a Petrobras passe cinco meses perfurando e extraindo para fins de pesquisa das propriedades do petróleo. Será feito um cálculo ou estimativa de cubagem.

Há muita expectativa em relação aos royalties (compensação financeira) do petróleo. É um recurso que vai diretamente para os cofres dos municípios, sendo que aqueles que são produtores receberão mais: Oiapoque, Calçoene, Amapá, Pracuúba e Tartarugalzinho. O Estado também receberá esse recurso. “Inclusive estamos preparando um plano de governança para mostrar para o Brasil e para o mundo o que nós vamos investir. Por exemplo, em pesquisa aplicada para desenvolver novos negócios para que a gente não fique dependente só do petróleo”, frisou o governador Clécio.

No horizonte de 3 a 8 anos, o esperado é que novas empresas se instalem no Amapá, principalmente refinarias de petróleo, indústrias do óleo e do gás. A indústria petroquímica, por exemplo, produzirá produtos com segurança ambiental.

Texto: Jorge Cesar / Foto: Divulgação Foresea / Maksuel Martins/GEA