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Cultura

Amapaenses brilham no clipe oficial da Estação Primeira de Mangueira, que homenageia Mestre Sacaca no Carnaval 2026

Jornal O Amapá | 01/11/2025

Amapaenses brilham no clipe oficial da Estação Primeira de Mangueira, que homenageia Mestre Sacaca no Carnaval 2026
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O verde e rosa da Mangueira atravessou o país, navegou pelo Rio Amazonas e se encontrou com as cores e os sons da Amazônia Negra. Numa transição que exalta a cultura do Amapá, a Estação Primeira de Mangueira lançou o clipe oficial do samba-enredo “O Mestre Sacaca – O Guardião da Amazônia Negra”, para o Carnaval 2026. 

Disponível nas plataformas oficiais na internet desde a quinta-feira, 30, o vídeo é uma celebração à força cultural do Amapá e à sabedoria popular representada por um dos seus maiores símbolos: o mestre da cura e do conhecimento tradicional, Sacaca. Com letra assinada pelo poeta Joãozinho Gomes, em parceria com compositores cariocas, e voz marcante de Patrícia Bastos, o samba ganha vida em um videoclipe que mistura a cadência do samba com a alma do Norte.


Patrícia Bastos inicia o samba-enredo com sua voz marcante
Foto: Reprodução

A floresta amazônica mais preservada do Brasil abre os segundos iniciais ao som dos instrumentos de percussão, mesclando o rosto sorridente do Mestre Sacaca com imagens da bateria verde e rosa e do Marabaixo, a manifestação cultural afro-amapaense que mistura canto, dança e fé. O coro então anuncia a chegada da Mangueira ao Amapá, que logo emociona com a voz de Patrícia Bastos, simbolizando a união exaltada pelo enredo. 


Elisia Congó, figura emblemática do Marabaixo
Foto: Reprodução

A força ancestral do Marabaixo também está presente com a presença de Elisia Congó, figura emblemática do movimento afro-amapaense, que balança a bandeira do Amapá no ar, no Centro de Cultura Negra Raimundinha Ramos, um dos espaços mais simbólicos da resistência e da identidade negra do Estado. 


A Estação Primeira de Mangueira lançou o clipe oficial do samba-enredo “O Mestre Sacaca – O Guardião da Amazônia Negra”
Foto: Reprodução

O Curiaú, berço da tradição quilombola amapaense, também ilustra do clipe, reforçando o elo entre o samba e a herança cultural do povo tucuju. As imagens, que mesclam paisagens urbanas e naturais, traduzem a essência amazônica: o açaí, fruto símbolo do Amapá; as canoas deslizando pelos rios; e o povo amapaense expressando, em gestos e sorrisos, o orgulho de suas raízes. 

O resultado é um encontro poético entre o samba carioca e a Amazônia amapaense. Um tributo que transcende fronteiras e reafirma o poder da cultura popular de unir histórias, vozes e territórios sob o mesmo compasso. 


O resultado é um encontro poético entre o samba carioca e a Amazônia amapaense
Foto: Reprodução


Familiares do Mestre Sacaca celebram a representatividade amapaense no clipe carioca
Foto: Reprodução

Assista:Samba-enredo 2026 – O Mestre Sacaca: O Guardião da Amazônia Negra

Compositores: Joãozinho Gomes, Pedro Terra, Tomaz Miranda, Paulo César Feital, Herval Neto e Igor Leal. 

FINQUEI MINHA RAIZ

NO EXTREMO NORTE ONDE COMEÇA O MEU PAÍS

AS FOLHAS SECAS ME GUIARAM AO TURÉ

PINTADA EM VERDE-E-ROSA, JENIPAPO E URUCUM

ÁRVORE-MULHER, MANGUEIRA QUASE CENTENÁRIA

UMA NAÇÃO INCORPORADA

HERDEIRA QUILOMBOLA, DESCENDENTE PALIKUR

REGATEANDO O AMAZONAS NO TRANSE DO CAXIXI

CORRE ÁGUA, JORRA A VIDA

DO OIAPOQUE AO JARI

ÇAI ERÊ, BABALAÔ, MESTRE SACACA

TE INVOCO DO MEIO DO MUNDO PRA DENTRO DA MATA

SALVE O CURANDEIRO, DOUTOR DA FLORESTA

PRETO VELHO, SARAVÁ

MACERA FOLHA, CASCA E ERVA

ENGARRAFA A CURA, VEM ALUMIAR

DEFUMA FOLHA, CASCA E ERVA… SARAVÁ

NEGRO NA MARCAÇÃO DO MARABAIXO

FIRMA O CORPO NO COMPASSO

COM LADRÕES E LADAINHAS

QUE ECOAM DOS PORÕES

ERGO E CONSAGRO O MEU MANTO

ÀS BENÇÃOS DO ESPÍRITO SANTO

E SÃO JOSÉ DE MACAPÁ

SOU GIRA, BATUQUE E DANÇADEIRA (AREIA)

A MÃO DE COURO DO AMASSADOR

ENCANTARIA DE BENZEDEIRA

QUE A AMAZÔNIA NEGRA ETERNIZOU

YÁ, BENEDITA DE OLIVEIRA

MÃE DO MORRO DE MANGUEIRA

ABENÇOE O JEITO TUCUJU

A MAGIA DO MEU TAMBOR TE ENCANTOU NO JEQUITIBÁ

CHAMEI O POVO DAQUI, JUNTEI O POVO DE LÁ

NA ESTAÇÃO PRIMEIRA DO AMAPÁ