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A Assembleia Legislativa do Amapá (Alap) realizou nesta terça-feira (11) uma sessão solene em alusão ao Março Lilás, campanha de conscientização sobre a prevenção do câncer de colo de útero. O evento, proposto pela deputada estadual Telma Nery (Cidadania) por meio do requerimento nº 88/2025, reuniu parlamentares, profissionais da saúde e representantes de entidades ligadas à causa.

A deputada Telma Nery destacou a importância da mobilização coletiva para ampliar o acesso à informação e fortalecer as políticas de prevenção. “Essa sessão não pertence a um único deputado ou deputada, mas a todas as pessoas preocupadas com a saúde da mulher. O câncer de colo de útero pode ser evitado com vacinação e exames preventivos, e precisamos garantir que essas informações cheguem à população”, afirmou.

Durante o evento, especialistas ressaltaram que a doença é a quarta principal causa de morte por câncer entre mulheres no Brasil, com maior incidência na Região Norte. A infecção pelo Papilomavírus Humano (HPV) é a principal responsável pelo desenvolvimento da enfermidade, que pode ser evitada por meio da vacinação e do exame preventivo Papanicolau.

A gerente da Unidade de Alta Complexidade em Oncologia (Unacon), Sandra Ribeiro, apresentou dados sobre a incidência do câncer no Amapá. “Em 20 anos, 997 mulheres passaram pelo tratamento oncológico na unidade. Apenas no primeiro trimestre de 2024, já registramos 87 novos casos, quase o dobro da média anual das últimas décadas”, relatou.

A sessão também contou com a participação de Suzana de Albuquerque, coordenadora da Comissão Intersetorial de Saúde da Mulher. Representando o Conselho Estadual de Saúde, ela destacou a necessidade de levar informação às comunidades mais afastadas. “Muitas mulheres não procuram atendimento nas unidades básicas de saúde. Por isso, algumas prefeituras têm adotado estratégias como a vacinação domiciliar contra o HPV e visitas de agentes de saúde para orientação sobre exames preventivos”, explicou.

A promotora de Justiça Fábia Nilce Santana de Souza, coordenadora das Promotorias de Saúde Pública de Macapá, ressaltou a importância de ampliar a cobertura vacinal contra o HPV e reforçar campanhas educativas sobre os exames preventivos. “O câncer de colo de útero pode ser evitado com medidas simples, mas a desinformação ainda é um obstáculo. A vacinação é um direito garantido por lei, mas a resistência ao imunizante, que se intensificou após a pandemia, compromete os avanços da saúde pública”, afirmou.

O evento também abordou a necessidade de ampliar os serviços de tratamento oncológico. O cirurgião oncológico Roberto Marcel, da Unacon, defendeu a expansão da radioterapia para beneficiar mais pacientes. O presidente da Associação Médica Brasileira no Amapá, Mauro Secco, sugeriu a criação de uma aliança estadual reunindo governo, parlamentares, entidades médicas e sociedade civil para fortalecer as estratégias de enfrentamento da doença.

A deputada Aldilene Souza (PDT), presidente da Comissão de Direitos Humanos da Alap, alertou sobre as dificuldades no acesso aos exames preventivos. “O câncer de colo de útero tem alta incidência no Amapá, e um simples exame pode salvar vidas. Muitas mulheres, porém, enfrentam obstáculos para realizá-lo”, pontuou.

Na sessão, foi assinado um protocolo de intenções para reforçar ações de prevenção, diagnóstico e tratamento da doença. Também foram homenageadas mulheres que atuam na luta contra o câncer de colo de útero, com a entrega do certificado "Mulher Guerreira" a profissionais e voluntárias que se destacam na defesa da saúde feminina no Estado.

Texto e Foto: Dircom/Alap