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Maior impacto científico: “Geografia em um mundo em crises”

Jornal O Amapá | 26/09/2025

Maior impacto científico: “Geografia em um mundo em crises”
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A 16ª edição do Encontro Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Geografia (Enanpege) reúne professores, pesquisadores, estudantes e profissionais da geografia de diversas regiões do Brasil e do exterior. O evento, que tem como tema “Geografia em um mundo em crises”, acontece no Campus Marco Zero da Universidade Federal do Amapá (Unifap). A programação é promovida pela Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Geografia (Anpege). O encontro acontece desde o dia 21 e encerra hoje (26). 

É um dos eventos de maior impacto científico e político da Geografia. Mais de 1.200 pesquisadores de pós-graduação participam do Enanpege. O tema escolhido expressa as múltiplas crises vivenciadas no tempo atual, principalmente de cunho político, científico e social e que precisam ser debatidas. “O esperado com esses diálogos é encontrar possíveis soluções para que se possa enfrentar as crises, contribuir com a construção de políticas públicas”, frisou a professora Patrícia Rocha, presidente da Anpege.

Os geógrafos podem apontar caminhos para que se possa refletir melhor sobre as questões históricas que endossam os problemas desta época. “Hoje a gente vive um mundo de crises constantes, dentre elas a crise ambiental que ocasiona uma crise humana, entre a sociedade”, afirmou.

O evento contou com 18 mesas, 3 painéis, 63 grupos de trabalho (GTs), apresentação de aproximadamente 2 mil trabalhos abordando os mais variados temas da geografia física, humana, cartografia, inteligência artificial, ensino de geografia.

Entre os presentes estava Rosa Ester Rossini, professora aposentada na Universidade de São Paulo (USP), mas ainda atuante na instituição como orientadora de iniciação científica, mestrado, doutorado, pós-doutorado e também ministra aula de pós-graduação. Ela foi homenageada durante a programação pela sua história, por ter sido precursora dos estudos de gênero na Geografia.

Rossini tem um projeto que começou em 1982, referente à época em que a mulher trabalhava na agricultura canavieira paulista – a boia-fria. Com o fim do corte de cana manual, substituído pela máquina (colhedora), os boias-frias perderam campo de trabalho. Em seu projeto, Rossini defende a contratação também de mulheres para operar máquinas, tendo como princípio que elas são muito mais cuidadosas que os homens.

Texto: Jorge Cesar  / Foto: Jorge Cesar / Daniel Alves